terça-feira, 26 de novembro de 2019

Os meus 20 discos preferidos do grunge (30 anos de "Bleach" Nirvana)



Em 1989 nasce para o mundo um estilo que mistura Black Sabbath com punk, southern rock e mais um monte de coisas. O grunge de Seattle. Claro que muitos lançamentos foram feitos antes deste ano, mas foi em 89 precisamente em junho, apareceu um disco que virou a minha cabeça: "Bleach" do Nirvana tinha toda a rebeldia que o rock exige, mas estava meio sumido em meio ao glam e as suas melodias açucaradas, purpurina, laquê e batom. Como o heavy metal NWOTBHM na Inglaterra apareceu para combater a chatice instituída pelo progressivo, o estilo da fria cidade do noroeste americano veio para enfiar de novo o pé na porta. E foi lindo!
Escolhi os meus 20 álbuns deste estilo. Nem todos são da terra dos meus amados Supersonics (Saudoso extinto time de Shawn Kemp e Gary Payton na NBA) e Seahawks (atual timaço de futebol americano), mas que estão dentro do contexto, mostrando que o grunge não é um som de bairro. É uma sonzeira global. O último grande grito coletivo do rock'n'roll!

A LISTA NÃO TEM ORDEM

Nirvana - In Utero - Certamente, pra mim, o álbum perfeito do Nirvana. Onde eles alcançaram o máximo do seu som. Não que seja o melhor. É engraçado isso. Pra mim o melhor é o "Bleach", mas é "O álbum". Discaço que capta a revolta Nirvaniana com o som agradável e curtível do grunge pra tocar em todas as rádios rock da época. Toque pop sem ser descarado. Composições excelente. Produção fantástica do gênio Steve Albini (que substituiu Buch Vig que havia cagado a gravação anterior).  Muito bom.


Alice in Chains - Dirt - Já tinha sido apresentado ao som do AiC no Lado B da MTV, apresentado por Luiz Thunderbird. Quem lembra? Curti demais o "Man in the Box". Mas este segundo álbum está em outro patamar. Essas camadas, melodias melancólicas, inspiração total nessa obra prima do estilo. Se o homem dos anos 70 viesse na máquina do tempo e quisesse escolher o estilo pra conhecer... Daria play nesse disco na hora. 


Mudhoney - Superfuzz Bigmuff - Esta banda dá pra definir com um termo usado aqui no Rio de Janeiro: "Dispirocação geral". O Mudhoney é um dos cinco pilares do grunge e o único que não deu certo comercialmente. Parece exagero, mas para quem vê Pearl Jam, Nirvana, Alice in Chains e Soundgarden... Sucesso, fama, milhões de discos vendidos, carreiras solos e projetos de integrantes bombando, a banda de Mark Arm (vocal/guitarra) permanece no underground. Este álbum ajuda bastante a definir o que eu disse no texto que o grunge é a rebeldia que o rock estava precisando. Sonzeira cheio de punk, lados B em geral. Tudo com muito bom humor, sobretudo atitude! Pra escutar fazendo aquela caminhada na esteira! Muito bom!


Stone Temple Pilots - Core - O primeiro disco dessa banda californiana data de 1992, em plena efervescência grunge. Mesmo ano do aclamado "Dirt" do Alice in Chains e já chegou arrasando com uma pegada incrível de muita potência, timbres bonitos e a voz marcante do saudoso, muito louco, Scott Weiland . Riffs ganchudas, linhas de baixo lindas... Um disco de fácil digestão, mas muito bem inspirado em suas composições e execução primorosa. Bombou nas rádios Rock, o que ajudou a solidificar o estilo.


Tad - 8 Way Santa - Sabe o que é grunge? Sabe o que eu descrevo no texto dessa lista? Pois bem. Black Sabbath sujaço com mistura do rock alternativo e alguma porraloquice que tire o gosto de batom do Poison e do Winger?! kkkkkk Bem, esse é o Ted. Esse é o seu álbum "8 Way Santa". Voz rouca a lá Kurt Cobain, guitarra pesada e suja como do Kim Thayil (Soundgarden). Distorção em nível de Melvins, alguma loucura de Mudhoney. Bom pra C$%@&lho


Nirvana - Nevermind - Ao contrário de muita gente, quase todo mundo, eu não considero o "Nevermind" o grande álbum do movimento grunge. No entanto, é sim uma obra prima que enfiou o estilo em todas as rádios AM e FM, programas de TV, festinhas, lojas de roupa e tudo mais que você possa imaginar com "Smells like a teen spirit" como chiclete e ouitros hits que foram na cola. Uma obra-prima que jogou Kurt Cobain direto na cesta dos mitos do rock. Indispensável.



Alice in Chains - Jar of flies - Muitos afirmam ser o trabalho mais genial da carreira do Alice in Chains. Eu não afirmaria isso, apesar de ficar tentado. Um EP com sete faixas com toda a melancolia documentada em "Dirt", mas mais profundo, se é que existe a possibilidade. Para quem adquiriu esta obra prima e depois o "Unplugged MTV" baseado nele... Sim! Um disco cheio de detalhes com uma sublime produção e o talento estupendo de toda a banda, sobretudo a dupla Jerrey Cantrell (guitarra) e Layne Staley (vocal). Um biscoito finíssimo.